Editorial
DOI:
https://doi.org/10.48619/cap.v2i1.352Palabras clave:
EsculturaResumen
Neste número dos Cadernos de Arte Pública, discute-se a Escultura a partir de um campo de práticas e reflexões que tendem a assumir a dimensão pública da obra como uma ampliação da experiência social.
Posicionamo-nos num campo aberto de discussão, o qual subentende uma estreita relação da presença e, ou, materialidade da obra na organização de sentido do Lugar. Desde meados do século passado, a prática escultórica vem questionando insistentemente a natureza das formas e processos que lhe dão sentido urbano. A materialidade foi-se diluindo no abandono de lógicas convencionadas pela categorização histórica, substituindo-a pela lógica da corporalização da experiência no espaço.
Por um lado, apontamos que a escultura implantada na cidade constitui um elemento estável e definidor de lugar; ou seja, percebida como desenho, estrutura orgânica, permite o desenvolvimento volumétrico e expansivo da matéria no território. Por outro lado, é um corpo identitário, mas sobrevivente nas transformações e esquecimentos que foram alterando o corpus do território planificado. Tais transformações estão a provocar um défice narrativo, uma impossibilidade discursiva, ou um lugar dessimbolizado.
A relação do indivíduo na paisagem construída é cada vez mais parcelar, uma captação limitada: a narrativa fica presa no encadeamento unidirecional de referências registadas nos modos virtuais de comunicação. A relação do indivíduo com a paisagem urbana tem-se convertido numa relação solitária com a envolvente.